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“Ouroboros a serpente que engole a própria cauda”

  • Regina de Barros/ Reiki Reiji-Ho
  • 21 de set. de 2018
  • 3 min de leitura

“Ouroboros a serpente que engole a própria cauda”

Precisar a origem deste curioso símbolo é quase impossível. Os primeiros registros deste arquétipo foram encontrados na civilização egípcia, chinesa, e entre a sociedade do norte europeu (associada a serpente folclórica Jörmungandr) há mais de 3000 anos.

Em um contexto alquímico, Ouroburos nasce após o movimento, de duas serpentes, uma que engole o rabo da outra. Elas incarnam um ciclo repetido destilando e condensando. A serpente superior possui asas, representando o espírito cósmico, o primeiro Logos, o sopro de vida que cria tudo. A serpente inferior representa a matéria, a terra virgem, sob as raízes dos vegetais. A primeira serpente alada, tem o poder de transformar, ou destruir tudo, apagando todas as coisas da natureza. Ela é tudo e também o nada.

Através da arte da separação divide o Um em Dois, que contém em si mesmo o Três e o Quatro. É o mais estável e o mais volátil, é um fogo que consome tudo que abre e fecha todas as coisas, alimenta este fogo, com fogo, até que ele se extinga, e obtém a coisa mais estável que penetra todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge então Ouroboros ou Uroboro.

Em copta, Ouro significa rei, e em hebreu ob significa serpente. Em grego antigo: οὐρά (oura) significa "cauda" e βόρος (boros), que significa "devora". Assim, a palavra designa "aquele que devora a própria cauda".

Como podemos observar ele tem um desenho em forma de círculo, que já sugere movimento, um arquétipo do Universo. No mundo todo encontramos a presença do movimento circular, todas as imagens circulares representam a psique. A serpente, já traz por si só, os atributos, do bem e do mal, da vida e da morte, e do inconsciente. Para Garl Jung as serpentes simbolizavam o que é totalmente inconsciente e instintivo e que possuía uma sabedoria quase sobrenatural e única, o que pode entrar em conflito com atitudes conscientes. Isto traz de certa forma, o universo de polaridades, Yin e Yang, mais uma vez. A cobra pode simbolizar o mal e a sabedoria, facilmente superando a moralidade humana. Sonhar com uma cobra sugere um abismo entre o inconsciente e o consciente, já que ela atua nas esferas inferiores também; A serpente que morde a própria cauda, sugere um termino de um ciclo para início de outro; A busca espiritual, o entendimento da nossa própria essência, já que se nos alimentarmos do que for bom, estaremos bem, e se nos alimentarmos do que nos fizer mal, será nossa ruina.

O Ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo. O símbolo contém a ideia de movimento, continuidade, autofecundação, a espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução. A imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o próprio ciclo, evoca a roda de Samsara. A criação contínua de experiências vida após vida, em busca da evolução suprema.

Podemos encontrar em alguns livros a expressão “Hen To Pan” que significa “o Um, o Todo”, ou “Tudo é Um, Um é Tudo”. Desta forma podemos identificar a ressureição, que nos remete a transmutação ígnea, onde o novo renasce, simbolizando um nascimento uma iniciação. Nas práticas de meditação do budismo tibetano (como dzogchen e mahamudra), podemos perceber uma maneira de vivenciar este ato de refletir sobre Ouroboros, “morder sobre a própria cauda”, olhar a própria sombra, perceber-se num estado mental atípico, além das formas habituais, como atenção aos hábitos, emoções, pensamentos.

Ouroboros é um símbolo que revela muitos significados. Isto porque há outras representações iconográficas contidas e associadas ao próprio Ouroboros.

Ouroboros é encontrado em amuletos esotéricos, na simbologia maçônica e na teosofia. Ainda, é muito comum encontrá-lo em monumentos funerários, fazendo alusão, mais uma vez, aos ciclos da vida. Atualmente, o símbolo do Ouroboros é bastante utilizado como uma opção de tatuagem, representando justamente a ideia original da renovação, da eternidade e do ciclo da vida.

A criação deste símbolo estaria relacionada com a alquimia, uma ciência mística que, entre outras finalidades, buscava encontrar o “elixir da vida e da imortalidade”. Ao longo do tempo, o símbolo do Ouroboros foi absorvido por outras culturas, religiões e doutrinas místicas, como no gnosticismo, o budismo, a maçonaria e algumas religiões africanas, por exemplo. A representação da serpente do Ouroboros costuma ser interpretada de forma negativa pelo cristianismo, pois este animal representa os seres infernais, de acordo com os textos canônicos. Mas, vale ressaltar que a criação do Ouroboros pertence às culturas pré-cristãs que, neste caso, atribuíam um significado positivo ao símbolo: evolução, reconstrução, fecundação e mudança. Mesmo estando presente em diferentes culturas e assumindo interpretações distintas, a base do seu significado consiste na ideia da criação eterna e continua.

Até o próximo post!

Abraços Reikianos e beijos Búdicos !!!

Namastê!!!


 
 
 

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